sábado, 16 de maio de 2009

Aquarela

Amores, quem não tem um para contar?
Faço dos meus lembranças sobre minha história
Carrego em meu peito todos os momentos inesquecíveis
Todas as dores, todos os risos, todos os gestos

Jamais entenderão o quanto amei nesta vida
Vida simples, por vezes real, por vezes fingida
Faço dos meus amores uma aquarela
Pinto todos eles numa tela
Registrando o que cada um teve de especial

Ao final dos amores, pranto
Doem corpo e alma, mas e daí?
Amores são laços que se desfazem e refazem a todo tempo
Nos engrandece e nos faz ser o que somos
Não perca tempo, não tenha medo
Tenha lembranças, crie a sua aquarela.

Éder Cysneiros

Saudades no Exílio

Sai da tua casa, teu novo lar agora se transforma em penumbra.
Vai carregas quem tu amas, põe a mão naquela mão pequenina, em seus rostos sufocados de lágrimas pela última vez.
Dá o teu último adeus, a separação é inevitável.
O sentimento de fraqueza absorve a tua alma, a vida perde a lógica.
E agora pra onde vou? Pra onde eles foram? O temor silencia meus pensamentos, silencia meu coração.
O porquê de tanta barbárie. O porquê da injustiça.
Ao chegar no lugar de destino, ao primeiro olhar... Acabou o destino.
(...)
Não sei o que faço aqui, não sei mais quem sou.
Apenas sei que já vi aquela pequena mão uma vez, e sua dona já esteve na segurança dos meus braços.

Bruno Justino do Nascimento

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desacerto

Onde foi que eu errei
Pra tudo acabar assim?
Será que foi porque te amei
Quando deveria amar a mim?

Onde foi que eu errei
Pra ficar na solidão?
Será que foram minhas palavras
Que machucou teu coração?

Onde foi que eu errei
Pra sofrer neste amargor?
Será que foi a felicidade
Que aos poucos definhou?

Onde foi que eu errei
Pra merecer esse desprezo?
Seria o seu sentimento
Que já não anda coeso?

Onde foi que eu errei
Pra receber este julgamento?
Seria um castigo divino
Ou sua falta de agradecimento?

Te amei com tanta força
Te beijei com todo ardor
Ainda assim me abandonaste
Levando consigo o meu amor
Hoje vivo a indagar
Onde foi que eu errei?
Onde foi que eu errei?

Éder Cysneiros

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Cinco Sentidos

Triste a penumbra da noite
Mórbida a face da lua
Pálidas são as estrelas no céu
É assim que meus olhos veem o mundo
Quando não estais perto de mim

Sem gosto este vinho tinto
Amargas são as frutas que como
Se beijo outro alguém, que gosto tem?
É assim que minha boca fica
Quando não sinto o gosto do teu beijo

Muda, está a cidade
O canto dos pássaros eu já não ouço
Que tom tem as músicas, que notas elas tem?
É assim que os meus ouvidos ficam
Quando não escuto a tua voz rouca

Inodoro o aroma das flores
Sem cheiro o orvalho da manhã
E o perfume das rosas, onde está?
É assim que respiro o dia
Quando não sinto o olor da sua pele

Frias são as noites de verão
Doloroso, o amanhecer do dia
Cada minuto que passa, craveja o meu coração
É o que sente o meu corpo
Quando falta o calor do teu.

Éder Cysneiros

post mortem

Agora, aqui te olho de cima, e não me sai da lembrança teu olhar com o meu.
Teu nome eu não quero que seja escrito no chão, e sim na parte mais alta do caule.
Gosto de sentir o calor do teu corpo, e não a frieza que transpareces.
Sua atual serenidade distorce a tua espontaneidade diária.
Quero você me abraçando e não esperando ser tocada.
Quero você sendo levada apenas por mim.
O que eu fiz pra você não agir? Me perdoa! Volta!
Chora comigo e não me deixa chorar sozinho.

Bruno Justino do Nascimento