sábado, 19 de dezembro de 2009

Feliz

Em momento de embriaguez me vem a vontade de escrever,
Era bom que alguém lesse, era bom que alguém me ouvisse gritar
Na solidão dessas palavras, no eco silencioso da minha voz.

Que sorte eu tenho de está aqui,
que sorte eu tenho de poder me expressar, do "mundo" me ouvir,
De sentir o perfume bom em meus pensamentos,
De cantar, de brincar, de curtir...de viver.

Não me importando com o que achem, mas feliz com o que alguém achar.

Bruno Justino do Nascimento

domingo, 4 de outubro de 2009

Carpe Diem

Você tem visto as manhãs
Quando o sol bate a sua janela
E os pássaros ao cantar
Fazem um lindo som?

Você tem visto o mar
Com o vai e vem das ondas
Traz consigo a saudade
De alguém que desejas abraçar?

Você tem visto a chuva
Com suas gotas cristalinas
Faz crescer flores e frutos
Mostrando a beleza da vida?

Você tem visto o entardecer
Com seu último raio de sol
Leva pra longe a nossa tristeza
E ajuda a nos reerguer?

Você tem visto o brilho da lua
Trazendo sonhos e esperança
Incandescendo os corações
Daqueles que buscam um amor tranquilo?

Ou você tem esperado sentado
Pelo momento de ficar de pé?

Olhe para o céu e veja as estrelas
Veja o quanto elas brilham
Elas estarão lá, todos os dias
Lutando para não se apagar

Nunca desista dos seus sonhos
Aproveite seus dias
Viva intensamente todos eles
Pois o tempo não pára
E a vida é curta.

Éder Cysneiros

domingo, 6 de setembro de 2009

Adeus

Chegou a hora
Eu vou embora
Este é o fim
Da nossa história

Parto em sigilo
Com a consciência leve
E olhar tranquilo

Vou tentar a vida
Em outro lugar
Não quero ficar
Perto de você

Fui o teu cais
Teu alicerce
Te dei meu carinho
Mas não dá mais

Você mentiu
E me usou
Me enganou
E ainda sorriu

Agora só me resta partir
Começar uma nova vida
Fugir para não sucumbir
Ser feliz como deve ser
Pensando apenas em mim
E não só em você.

Éder Cysneiros

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Soneto da Traição

Quem padece por amor
Seja lá como for
Tem seu aprendizado
Serve como lição

Hoje sofro por merecer
Pois também já fiz sofrer
Uma outra paixão
Que solitária me amou

E antes de ferir
Ou fazer alguém declinar
Usar e jogar fora, apenas abusar
Melhor olhar adiante
Melhor não arriscar

Por isso não reclamo da dor
Nem fujo do destino
Se sou dela merecedor
A ela vou enfrentar

Mas se ela veio
Apenas para me ensinar
Tenho pena da coitada
Que tanto me fez chorar

É bom salientar
Pelo sim ou pelo não
Não maltrate um coração
Que só te faz amar

Um dia a gente aprende
Que o bom de ter vivido
É ser por alguém querido
E querer por igual também

E entender
Que traição não tem perdão
E vem sempre acompanhada
Pensa então que está usando
Quando de fato é a mais usada.

Éder Cysneiros

A Flor

Que sofrimento
Em minha vida
Meu desalento
Sem Margarida

Amar é triste
Quando não existe
Dualidade

Eu sinto tanto
A sua falta
Mas ainda me espanto
Com sua ribalta

Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade
Me sinto sozinho

Custou entender
Sua decisão
De se esconder
Na escuridão

Ainda te espero
Pois persevero
Um final feliz

Ai de quem pisa
Num coração
Que valoriza
Uma paixão.

Éder Cysneiros

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Selfish

Eis que me adentro em teu ser
E vejo que aí dentro nada tem
Além do teu egoísmo consumidor
Que um dia só te fará padecer.

Éder Cysneiros

domingo, 9 de agosto de 2009

Tempo Amadurecedor

A vida não cansa de me ensinar
Mesmo em momentos peculiares de simples conversa
Vejo que ainda tenho muito a mudar
E que tudo acontece em seu tempo, sem pressa

Hoje não quero prever nada
Não quero dar um passo maior que as pernas
Quero me fortalecer para a longa jornada
Que me submete a vida moderna

O que mais quero neste momento
É equilibrar mente, corpo e alma
Tranquilizando ainda mais meus sentimentos
Para enfrentar os desafios com muita calma

Se ontem fui desespero e angústia
Hoje encontro sossego em meio a tempestade
Me sinto em paz, sem qualquer renúncia
Caminhando em direção a felicidade.

Éder Cysneiros

terça-feira, 7 de julho de 2009

7 de Julho

Corações apaixonados, corações despedaçados
Os seus versos encantam a alma feminina
Trazem consigo sua alegria, seu desespero

Porém mais um ano se passou, 7 de julho chegou
Hoje dou meus votos de felicidades e cachaça pro ano inteiro
Parabéns ao meu amigo: Éder Cysneiros.

Bruno Justino do Nascimento

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Lembranças Boas (Parte 1)

Deixei o conforto em que me envolvia
De laços profundos por um momento
Transformei dor em alegria
O seu nome foi nascimento

O primeiro beijo e a primeira briga
O primeiro dez e o primeiro zero
O primeiro amor e a primeira intriga
O primeiro não e o primeiro eu quero

De grande importância pareceu
Um pouco fácil, um pouco complexo
Com pouca idade sucedeu
Pronto! Descobri o sexo

Tenho responsabilidades em demasia
Enlevar o povo, fácil não é mais
De pé, continuo em alegria
Quanta saudade sua falta me faz

Tresloucado parece o mundo
Demagogia nas pessoas
Deixando-me em sentimento profundo
Na esperança de lembranças boas.

Bruno Justino do Nascimento

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Platônico

Há em mim um sentimento quase irônico
Por não ter o ardor dos carnais desejos
Sem o afago dos abraços, o furor dos beijos
É o amor devoto, o amor platônico

Embora aqueça a alma com sua chama
Os corpos continuam castos
Sem provarem dos orgasmos
No aconchego das carícias na mesma cama

Este afeto vivido assim, virtuoso, imaculado
Sem provar do gozo que a carne deseja
Na sua grandeza, inda que proibido seja
Aos olhos do pai - não pode ser pecado!

Éder Cysneiros

terça-feira, 30 de junho de 2009

Saga de um Brasileiro Sonhador

Papai o Brasil entrou em guerra vou me alistar
Disseram-me que nem precisa saber atirar
Invadiram a Amazônia um garimpeiro foi quem viu
Os caras de Brasília já disseram mais de mil
E agora papai ver se me ver na televisão

Ao chegar na plataforma os exames foram feitos lá
Perguntaram-me a idade: - 15, vou completar
No meio do exame um capitão se intrometeu
E disse que na favela tinha soldado mais novo que eu
Mas não ligue não você vai servir a sua nação

Eu fui num barco "véio" em direção ao Pará
20 dias de viagem eu só fazia enjoar
Sem tirar a diarréia e a lobriga que só cresce
E o capitão dizendo que isso é coisa do nordeste
E agora Brasil ver se me ver na televisão

Ao chegar no Pará eu vi a "prantação"
Num sobrou nenhum pezinho me lembrou o rei do baião
Tinha alemão, francês, americano até E.T.
Tinha um monte de gringo nessa "tar" de ONG
E agora eu mais uns caboclos com uma pexeira na mão

Pow, pow, pow, pow... Era os brazucas correndo e os galego atirando
Era um fingindo de morto e o restante rezando
Pow, pow, pow, pow... Era bazuca, raio-laser, e o canhão atirando
Era os caboclo correndo e os gringo chamando

O susto foi tão grande que cair no chão
Pesadelo igual a esse eu nunca tive não
Ao chegar no café o meu pai logo olhou
E eu disse para ele: - Papai quero ser doutor!!!

Bruno Justino do Nascimento

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Raio de Sol

Em meio a tanta gente
Avistei-a ali parada
Linda!

Olhando-me de soslaio
Sorriu-me timidamente
- Olá!

Falou-me com voz rouca
Erguendo-me a mão
- Prazer, Thaísa!

Olhando-a fixamente
Disse gaguejante
- Linda!

Hoje, já não me cabe a solidão
Pois um raio de sol
Acendeu meu coração.

Éder Cysneiros

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A Divina Comédia - Inferno

Eu adoro essa coisa que envolva Céu e Inferno, Morte, por mais mórbido que pareça eu acho muito interessante como as pessoas trabalham sua fé, sua imaginação, e por isso mesmo, ando lendo os famosos livros de Dante Alighieri , intitulados de Divina Comédia, essa estória é dividida em três fases: Inferno, Purgatório e Paraíso. No momento terminei a fase diabólica, mostrando claramente em seus versos a idéia teocentrista daquela época (Séculos XIII e XIV).

Dante narra sua própria história começando no inferno. Nesse trajeto tão “agradável”, ele é guiado por um mestre de nome Virgílio, um sábio poeta medieval em que o próprio Dante admirava, lá ele encontra muitos inimigos e amigos seu, personalidades mitológicas, feras, demônios e personalidades políticas de sua época e do passado.
Para Dante, o inferno seria dividido por pecados e administrados por diversas bestas, quanto maior o pecado mais pra baixo ele iria:

Começando pelos Sem Batismo (limbo), Luxuriosos, Gulosos, Pródigos, Rancorosos, Heréticos, Tiranos, Assaltantes, Suicidas, Blasfêmios, Usurários, Rufiões, Advinhos, Traficantes, Hipócritas, Ladrões, Maus Conselheiros, Falsários e Traidores. Aff! Para ele era bem difícil não escapar das garras do capeta, penso eu que meu lugarzinho já estaria reservado, e com certeza deveria ficar ali pela cobertura do submundo (espero eu). Mas é muito interessante e inteligente como se mostra em versos a narrativa pelos mundos do além, quando eu tiver mais tempo e saco, já que os versos são muito trabalhosos e de difícil compreensão, irei ler o Purgatório pra ver se esfria um pouco esse clima tão quente e hostil.

Nus corriam no fundo os pecadores,
Vindo, os de cá do meio, nos faceando,
Conosco, os outros, a passos maiores;

Como os romanos que o acrescido bando,
Do ano do jubileu, naquela ponte,
Acharam modo de ir bem escoando:

Assim de um lado todos têm a fronte
Para o castelo, e São Pedro é sua meta,
E na outra banda todos vão para o Monte.

De cá pra lá corriam na fraga preta
Diabos chifrudos com relhos grosseiros
Que os iam surrando com fereza abjeta.

Ai, como lhes faziam, desde os primeiros
Golpes, alçar os pés! E já ninguém
Esperava os segundos e os terceiros.

(VERSOS 25-37, CANTO XVIII, A Divina Comédia – Inferno, ALIGHIERI, DANTE)

Bruno Justino do Nascimento

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ilha da Vergonha

A cada dia que passa eu me questiono se somos mesmo animais racionais. Será que não trocaram a ordem das coisas quando definiram e dividiram a classe animal em racional e irracional? Ou teria o homem regredido em sua evolução?

É inacreditável, mas ainda existe quem faça o mal por prazer. E pior, contra animais indefesos. O que vou relatar aqui acontece na Dinamarca, mais precisamente nas Ilhas Faroe, território autônomo da Dinamarca localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia. Anualmente acontece uma barbárie contra baleias-piloto e outros pequenos cetáceos. Os faroenses utilizam-se de lanchas para perseguir os animais que, exaustos, apavorados e confusos, são eventualmente orientados para o raso. Lá chegando, da-se início ao banho de sangue. São utilizados martelos de metal de 2,2 Kg e ganchos enormes para perfurar a polpa da baleia, para daí ser feito um corte de 15 cm de profundidade. Em seguida, os principais vasos sanguíneos são cortados, preenchendo a baía de sangue e de corpos horrívelmente mutilados.

Os autores de tal brutalidade ainda comemoram a carnificina como se celebra o carnaval, com bastante alegria e entretenimento. Doutrinados a partir de uma idade precoce, as crianças tem um dia de folga escolar para poder assistir a diversão e andar sobre as carcaças dos animais abatidos. Durante séculos, as Ilhas Faroe vem caçando baleias-piloto. São mortas, anualmente, 2.000 baleias. Com estes números, os faroenses estão eliminando toda a espécie e grupos familiares, prejudicando toda teia de vida no Atlântico Norte e no Mar do Norte. Como se não bastasse, os habitantes das Ilhas Faroe não tem como meio de subsistência a exportação de carne de baleia, portanto, muito da carne é deixada para apodrecer e ser despejada.

O que deve acontecer para isso ter fim? A espécie deve entrar em extinção para encerrar com essa vergonha? Se há leis para acabar esta matança, porque não são cumpridas? Basta de tanta crueldade, ou teremos que redefinir as classes para saber quem realmente é racional ou irracional nesta estória.

Éder Cysneiros

domingo, 14 de junho de 2009

Utopia

Gastei uma hora pensando um verso
Algo que descreva aquele momento
Em que entrastes no meu universo

Menina eu confesso
Quando vi teu sorriso
Embora ainda disperso
Me vi sem aviso
Em um mundo adverso

Insisti em não tentar
Pensei não ter chance
Mas te olhei por um instante
Seria um crime não arriscar

Jeito tímido
Olhar constelado
Palavras exatas
Como pode haver alguém assim?
Parece saber o que há dentro de mim

Apesar da euforia
Foi paixão de um só dia
Bem sei que é utopia
Me ver em seu coração.

Éder Cysneiros

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Relazioni, Relaciones, Beziehungen...

RELACIONAMENTO - Derivação masc. sing. de RELACIONAR. Estabelecer relação ou analogia entre; Adquirir relações; Entrar na intimidade de.

Estas são apenas algumas das definições de apenas uma, das várias palavras do dicionário português. Alguém pode estar se perguntando; E o que tem ela demais? Essa palavrinha tem sido motivo de dor de cabeça e noites mal dormidas para muita gente, inclusive eu. Por que as vezes é tão difícil se relacionar? Por que os relacionamentos estão cada vez mais desgastados?

É muito bom viver cercado de gente por todos os lados, cada um com sua forma de pensar, de agir. Alguns se interessam pela sua amizade, outros pelo seu carinho. Existem pessoas que se interessam pela sua personalidade, sua capacidade de integração ou de persuasão. Tem quem se interesse pela sua inteligência, pela forma como se expressa, ou pelo modo como se comporta. Há até quem se encanta apenas pela aparência, e por isso quer ter este alguém sempre perto. Independente do porquê, relacionamento é sempre movido de "interesses" seja lá qual for o tipo de relação, seja uma amizade, um namoro, um casamento ou um contato de trabalho, haverá sempre a busca de algo em prol de si próprio. E é aí que está o "X" da questão. Até quando os interesses são os melhores possíveis, o inter relacionamento é difícil. Mesmo quando queremos o melhor para alguém, mesmo quando nos esforçamos ao máximo para o bem-estar desse indivíduo, ainda assim é custoso relacionar-se. E nesse emaranhado de sentimentos e atitudes, quem mais sofre é o coração, este sim é posto à prova. Bem que seria mais fácil se houvesse um manual especializado em relação, mas quem disse que a vida é fácil? Mas talvez seja essa a graça do viver, aprender a conviver com as pessoas, respeitando-as e procurando se encaixar com a personalidade, com os defeitos e virtudes de todos.

Portanto, viva num jardim de harmonia. Seja pequeno para a guerra, grande para a reconciliação e gigante para a paz.

Éder Cysneiros

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Soneto da Esperança

Chuva que cai
Vento que vai
Anjo cantai
Faz uma oração

Fala pra ela
Mais linda donzela
Que nossa aquarela
Não é só paixão

Foi o amor
Com seu esplendor
Que raptou
Nosso coração

Eu só lamento
O seu pensamento
De que meu sentimento
É pura ilusão

O destino não mente
Esperarei paciente
Que a nossa semente
Prove que eu tenho razão

Não tens confiança
Mas tenho esperança
Que a minha mudança
Restaure a união.

Éder Cysneiros

sábado, 16 de maio de 2009

Aquarela

Amores, quem não tem um para contar?
Faço dos meus lembranças sobre minha história
Carrego em meu peito todos os momentos inesquecíveis
Todas as dores, todos os risos, todos os gestos

Jamais entenderão o quanto amei nesta vida
Vida simples, por vezes real, por vezes fingida
Faço dos meus amores uma aquarela
Pinto todos eles numa tela
Registrando o que cada um teve de especial

Ao final dos amores, pranto
Doem corpo e alma, mas e daí?
Amores são laços que se desfazem e refazem a todo tempo
Nos engrandece e nos faz ser o que somos
Não perca tempo, não tenha medo
Tenha lembranças, crie a sua aquarela.

Éder Cysneiros

Saudades no Exílio

Sai da tua casa, teu novo lar agora se transforma em penumbra.
Vai carregas quem tu amas, põe a mão naquela mão pequenina, em seus rostos sufocados de lágrimas pela última vez.
Dá o teu último adeus, a separação é inevitável.
O sentimento de fraqueza absorve a tua alma, a vida perde a lógica.
E agora pra onde vou? Pra onde eles foram? O temor silencia meus pensamentos, silencia meu coração.
O porquê de tanta barbárie. O porquê da injustiça.
Ao chegar no lugar de destino, ao primeiro olhar... Acabou o destino.
(...)
Não sei o que faço aqui, não sei mais quem sou.
Apenas sei que já vi aquela pequena mão uma vez, e sua dona já esteve na segurança dos meus braços.

Bruno Justino do Nascimento

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desacerto

Onde foi que eu errei
Pra tudo acabar assim?
Será que foi porque te amei
Quando deveria amar a mim?

Onde foi que eu errei
Pra ficar na solidão?
Será que foram minhas palavras
Que machucou teu coração?

Onde foi que eu errei
Pra sofrer neste amargor?
Será que foi a felicidade
Que aos poucos definhou?

Onde foi que eu errei
Pra merecer esse desprezo?
Seria o seu sentimento
Que já não anda coeso?

Onde foi que eu errei
Pra receber este julgamento?
Seria um castigo divino
Ou sua falta de agradecimento?

Te amei com tanta força
Te beijei com todo ardor
Ainda assim me abandonaste
Levando consigo o meu amor
Hoje vivo a indagar
Onde foi que eu errei?
Onde foi que eu errei?

Éder Cysneiros

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Cinco Sentidos

Triste a penumbra da noite
Mórbida a face da lua
Pálidas são as estrelas no céu
É assim que meus olhos veem o mundo
Quando não estais perto de mim

Sem gosto este vinho tinto
Amargas são as frutas que como
Se beijo outro alguém, que gosto tem?
É assim que minha boca fica
Quando não sinto o gosto do teu beijo

Muda, está a cidade
O canto dos pássaros eu já não ouço
Que tom tem as músicas, que notas elas tem?
É assim que os meus ouvidos ficam
Quando não escuto a tua voz rouca

Inodoro o aroma das flores
Sem cheiro o orvalho da manhã
E o perfume das rosas, onde está?
É assim que respiro o dia
Quando não sinto o olor da sua pele

Frias são as noites de verão
Doloroso, o amanhecer do dia
Cada minuto que passa, craveja o meu coração
É o que sente o meu corpo
Quando falta o calor do teu.

Éder Cysneiros

post mortem

Agora, aqui te olho de cima, e não me sai da lembrança teu olhar com o meu.
Teu nome eu não quero que seja escrito no chão, e sim na parte mais alta do caule.
Gosto de sentir o calor do teu corpo, e não a frieza que transpareces.
Sua atual serenidade distorce a tua espontaneidade diária.
Quero você me abraçando e não esperando ser tocada.
Quero você sendo levada apenas por mim.
O que eu fiz pra você não agir? Me perdoa! Volta!
Chora comigo e não me deixa chorar sozinho.

Bruno Justino do Nascimento

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ei! Eu consegui! Olha eu aqui!!

Participar da vida nesse mundo sempre nos trouxe uma série de conflitos. Conflitos contra o mundo, com as pessoas, com nossas almas, conflitos com nós mesmos.
Travava-se uma intensa batalha por territórios físicos antigamente, enquanto hoje, lutamos por nosso próprio espaço, o espaço da imagem, do que sou, o que representamos na sociedade. Verdade se diga que tal representação não se concentra mais em determinadas frações da sociedade, digamos que ela se encontra em termos mais "sociais". A conjuntura atual permite que qualquer pessoa com atitude centrada em seu objetivo e/ou, com um pouco de sorte, consiga galgar andares nessa nova pirâmide social.
Essa cultura da representação traz contudo, efeitos colaterais: tais como, a tristeza, falsidade, altivez, mesquinhez, hipocrisia, entre tantas outras mazelas que sempre cercaram a história da humanidade, a qual vem ao longo dos tempos, sofrendo uma série de tranformações, principalmente no quesito poder.
E é através deste paradigma depressivo e nessa cultura da auto-afirmação que nos pergunto. Podemos apenas sermos felizes? Podemos?

Bruno Justino do Nascimento

domingo, 26 de abril de 2009

Jardim dos Mortos

Quanto medo já causastes?
Quantos amores separastes?
Quantas lutas vencestes?
Em quantos deixaste a solidão?
Fincada nas entranhas do coração

Quanta revolta já trouxestes?
Quantas preces ouvistes?
Quantas súplicas, choros e vozes?
Em quantos deixaste a dor?
Cravada no busto do amor

Quantas vidas já levastes para o teu jardim?
Quantas lágrimas e angústias levastes?
Quantas almas, histórias e lembranças?
Em quantos deixaste a saudade?
Guardada nos sentimentos de uma criança

Não sei como tu és
Tão pouco quando virás
Mas uma coisa te garanto
Medo pra mim tu não trás
Porque daqui eu não levo nada
Porque a ti eu não prosterno
Pois sei que vou descansar
Nos vales do jardim eterno.

Éder Cysneiros

sábado, 25 de abril de 2009

O que o Tempo não Cura

Os dias passam
A vida também
Passam-se os anos
Os amores, as dores
Ainda que lentamente, passam

Passam-se os planos
A infância, a juventude
Passam até os desenganos
Passa o outono e a primavera

Só não passa a saudade
De um coração ferido pela espera
De alguém que não voltou
Ou de quem já partiu
Deixando para trás
Quem com amor lhe sorrio.

Éder Cysneiros

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Clonagem: Criador x Criação

"Eu posso clonar humanos." (Panayiotis Zavos)

Ao ler esta frase pensei; nasce um Deus ou morre um homem? Detesto parecer exagerado, mas neste caso é o que me parece.

O geneticista Panayiotis Zavos, natural do Chipre, anunciou hoje ao mundo que está desenvolvendo uma técnica para clonar seres humanos, e que até já conseguiu clonar 14 embriões, sendo 11 deles implantados em 4 mulheres de três países diferentes, Estados Unidos, Reino Unido e um país do Oriente Médio não mencionado. Acredita-se que dentro de dois anos no máximo esta técnica esteja dando resultados, com clones vivos e saudáveis. O que me pergunto é, aonde vamos parar? Será que eles não veem que isso não é uma ciência sustentável, pois o que os motiva são interesses genuinamente econômicos? Que ninguém tem o direito de bancar o Deus.

Com a desculpa de ajudar aquelas mulheres que já tentaram exaustivamente todos os métodos possíveis, este cidadão, que não é o único pois como ele existem outros, se agarra ao falso propósito de que pessoas como estas precisam destas pesquisas para serem felizes. Enquanto a clonagem humana de embriões tinha fins terapêuticos, como por exemplo nas pesquisas sobre novas formas de tratamento para algumas doenças como Parkinson, Alzheimer, cancro, diabetes e até mesmo para as lesões na medula, eram totalmente justificáveis os esforços para concluir a técnica e ajudar a milhões de pessoas em todo planeta. Acontece que como sempre o homem deixa de lado a ética e a religião e passa a pensar exclusivamente nos fins lucrativos, num constante e eterno embate entre criador e criação, onde quem sai perdendo é sempre a criatura.

O que estamos presenciando neste exato momento é a morte de um homem no desejo de se transformar em um Deus, morre porque esquece até onde um ser humano pode ir e onde ele deve parar. Espero que um dia enxerguem algo mais que dinheiro, e vejam que o verdadeiro significado da ciência é ajudar a melhorar o presente e o futuro de todos nós humanos no intuito de uma vida saudável e próspera.

Éder Cysneiros

Introspecção

Reflete a luz na água
Reflete também a minha mágoa
Sob minha alma vaga
Que vaga em outro mundo
Onde a dor é imensa
E o amor é profundo.

Éder Cysneiros

Anjo Negro

Um dia escutei
Um velho sábio falar
Que só um tolo conseguiria
Por você se apaixonar
Pois homem nenhum no mundo
A você poderá conquistar

Mas o que ele não disse
Foi como te evitar
Como impedir que seu feitiço
A minha alma possa tomar
Espero que ainda haja tempo
Da minha vida salvar

Porque os teus olhos escondem
Debaixo de uma máscara sacrossanta
Uma mente traiçoeira
Que a todos os homens encanta

Porque o teu corpo exala
Um perfume arrebatador
Quem em teus braços descansa
Jamais se separa da dor

Porque a tua voz escraviza
Lançando sobre nós maldição
Não há ninguém que resista
E não te entregue o coração

Porque és obra do diabo
E por isso não tens compaixão
O que ainda me pergunto
É se me resta salvação.

Éder Cysneiros

terça-feira, 14 de abril de 2009

Surreal

Deixa o poeta falar
Deixa ele traduzir
O sentido que a vida tem
Fica mais fácil refletir

Deixa o poeta escrever
Deixa ele exprimir
O que nos reserva o tempo
Para podermos nos prevenir

Deixa o poeta pensar
Deixa ele definir
Sobre o que é o amor
E o caminho que nos faz seguir

Deixa o poeta se expressar
Deixa que ele sabe proferir
O que se passa num coração
E o bem que faz sorrir

Deixa o poeta aconselhar
Permita que ele possa transmitir
O que diz a voz do sentimento
Se faz necessário ouvir

Deixa o poeta rimar
Deixa ele difundir
Mostrar ao mundo inteiro
Que é possível existir...
...fora do mundo real
Onde não existe preconceito
Onde todos são iguais
Onde o impossível não habita
Onde somos imortais.

Éder Cysneiros

domingo, 12 de abril de 2009

Faça por Onde

Foi tudo muito diferente
Tudo aconteceu com intensidade
Desde o momento da dança
Já sabia que haveria cumplicidade

De início você era desconfiança
Não sabia se valeria a pena
Não me deu muito espaço
Mas insisti sob duras penas

Teu cheiro me incentivava
A lutar sem desistir
Foi uma marca registrada
Que até agora está em mim

Teu sorriso era um convite
Para um inesquecível amanhecer
Teus lábios uma tentação
Foi difícil me conter

No fim você cedeu
E em meus braços afagou
Este coração que tem pressa
De ganhar o seu amor.

Éder Cysneiros

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Quando?

Quando é que essa prisão
Irá se acabar,
E, me libertando enfim,
Conseguirei caminhar?

Quando irei desatar
Os laços que ainda persisto em prender?
Quando de fato desprenderei
Este coração que cansou de lutar?

Quando, ao virar da esquina
Em uma noite qualquer,
Acharei uma alma digna
De ser a minha mulher?

Quando esta vida vai parar
De me deixar confuso assim?
Quando poderei me alegrar
Por ter achado a resposta em mim?

Éder Cysneiros

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Você

De onde vens
Não há caminho
Nem horizonte

O mar é morto
O céu é torto
E o sol é nada
Dos desencontros
Nem mesmo conto
As incertezas

Aonde andas
Não vejo paz
Nem esperança

A voz é rouca
A luz é pouca
A dor é tanta
Que até esqueço
Que desconheço
O que me encanta

Por onde vais
Nem sempre traz
O teu calor

É não viver
Ou não dizer
A tua dor
É querer ir
Sem conseguir
Conciliar
O triste fim
Que habita em mim
Se te deixar.

Éder Cysneiros

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Abcesso

Ah! Menino de pés descalços.
Avante para mais um dia de caminhadas sem destino.
De pele empoeirada, de físico fransino.
De dia és moleque de noite não és ninguém.

Ah! Menino com uma ferida na mão.
Propala a esse povo que não te enxerga.
Propala a ferida de nossa cidade.
Grita bem alto que suas atitudes não são em vão.

Ah! Menino sempre sujo.
És o fruto da sociedade impiedosa.
Lembrado em atitudes violentas.
E mais ainda nas oratórias vaidosas.

Ah! Menino sem futuro.
Acalenta tua vida nesse mato verde.
Nesse pó branco, nessa cela fria.
Nesse caixão pobre, nessa nostalgia.

Oh! Povo "genuíno".
Sacrificamos nossas crias.
Formamos mártires do "mal".
Quando ele apenas queria ser um menino.

Bruno Justino do Nascimento

sábado, 14 de fevereiro de 2009

S-O-R-R-I-A

"Quando nascestes, todos riam, só tu choravas. Procure viver de modo que, quando morreres, todos chorem, só tu sorrias." (Confúcio)

A primeira vez que escutei esta frase tinha aproximadamente uns oito anos. Foi em uma dessas conversas de pai para filho sabe, em que o mentor (pai) escolhe uma daquelas frases antigas que já havia escutado de um mentor mais antigo (avô) para dar um conselho ao filho, que está crescendo depressa (eu).

Na época não tinha dimensão do que ela dizia, também não é pra menos, tinha só 8 anos e o que menos me importava naquele momento era uma dúzia de palavras escrita por um velho ancião. Hoje entendo o que meu pai queria dizer quando me falava este provérbio chinês. O que ele esperava era que eu vivesse em harmonia com as pessoas e comigo mesmo, procurando sempre passar energia positiva para aqueles que estão ao meu redor e assim viver e morrer feliz. Tarefa nada fácil, já que este mundo está uma loucura e as pessoas estão cada vez piores, mas tentar não custa nada, não é verdade? Além do mais não conheço ninguém que seja feliz com uma coleção de desafetos. Acredito que existem várias "fórmulas" para se viver bem, mas nenhuma é mais eficaz que a simpatia. Afinal de contas, como se pode ter um dia harmonioso estando de "cara feia"? Sorrir é sempre o melhor passaporte para conquistar um coração e uma boa amizade. Portanto, SORRIA! Tire o amargor do peito, livre-se da solidão, corra da tristeza. Troque tudo isso por um sorriso, assim eu garanto que terás sempre alguém contente ao seu lado, vivendo assim mais e melhor.

Eu estou tentando, nem sempre com sucesso, mas tenho certeza que este é o caminho mais curto para a felicidade.

Éder Cysneiros

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Passado e Presente

Tenho a tristeza como lembrança
Uma antiga mágoa na memória
Do tempo em que ainda era criança
E sonhava com outra trajetória

Guiava minha vida com esperança
Aguardava do destino toda glória
Da família, perdi a aliança
Do mundo, qualquer dita transitória

Hoje contemplo um presente pobre
Dor, perda, pranto e prece
Um vazio terrível que me cobre
E um frio doloroso que fenece

Sob o olhar do inimigo
Caminho nas curvas da ilusão
Na estrada inútil na qual sigo
Não encontro direção.

Éder Cysneiros

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Solidão

Olho ao meu redor
E o que vejo, além de mim?
Além do meu desalento?
Vai, me diz
Diz que estou errado
Fala que existe alguém
Que não sou assim...
Sozinho

Diz que é só um pesadelo
Diz que vai passar
Fala que vai voltar
Seja lá quando for
Diz que tens amor
Por favor

Sim, diz pra mim
Que não estou louco
Que a vida é bela
Que tudo muda
Que Deus ajuda
Que eu não morri
Fala que não sou assim
Tão...
Sozinho.

Éder Cysneiros

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Música e Língua Portuguesa

A língua portuguesa e suas diversidades, tantas reclamações, mas me ajuda a "viajar" quando estou compondo alguma música, chegando no mais profundo sentido. Um dos assuntos que mais me fascina e ajuda são as figuras de linguagem. Vejam bem as duas músicas como ficam poéticas:

Música n° 01 (Valeu, foi mal)

Tenho tanto trato a dizer/
Dizer desperta o sensual/
Mas saiba que pensar em você/
É caro como um copo de sal.

Se que você já sabe sambar/
Sambar desperta o sensual/
Mas saiba que eu estou em você/
Tenho estado atado a tudo normal.

Ih... Se foi/ Valeu!/ Foi mal!

Ih foi, foi fácil não ficar afim/
Depois, não te detesto mas te afastas de mim?/
Cansei de descansar/ cansaço de sofrer/
Teu samba sobe acima de si/
Teu samba é feito o tempo/ Não pode mais parar/
Não te detesto mas te afastas de mim?

Ih... Se foi/ Valeu!/ Foi mal!

(Aliteração: É a repetição de fonemas idênticos ou semelhantes no início de palavras de um verso ou frase. As palavras em que ocorre tal repetição geralmente estão próximas umas das outras).¹

Música n°2 (Parou na Ásia)

Se alguém perguntar/ se foi? se fez?/ Você vai falar/
Não é dessa vez/ Eu vou dizer/ cê vai me escutar

De passo à passo/ eu desfaço/ nossos laços/
Mas eu disfarço/ o que venho sentido por ti.

Não há motivos que possam imaginar/ a dor que vai/ é a dor que vem.
Não posso mais/ sem espaço pra respirar/ é a dor que vem/ tente lembrar.

De porta à porta/ em sua volta/ sentimentos importa/ mas não se importa
Do que venho sentindo por ti.

(...)

(Paronomásia: É a ocorrência próxima de palavras com som semelhantes mas de significado distintos).²

É evidente que são identificadas outras figuras, mas as que me inspiraram inicialmente foram essas duas. Quem quiser me ajudar a procurar mais eu agradeço. ;)

¹ FARACO & MOURA, Gramática, Ed Ática. 19º Edição, Pág. 574.
² FARACO & MOURA, Gramática, Ed Ática. 19º Edição, Pág. 585.

Bruno Justino do Nascimento

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Estamos Sozinhos?

Nunca duvidei que houvesse vida em outros planetas, mas será que existem seres vivos iguais ou superiores a nós, no quesito intelectual e tecnológico? Segundo alguns cientistas isto é possível.

Com o passar dos anos, uma ciência chamada Exobiologia (ex do grego fora, exterior), que busca encontrar vida fora do planeta Terra, tem crescido de forma acelerada e tem feito grandes descobertas nas últimas décadas, principalmente entre os anos 80 e 90. Ainda não se pode vislumbrar que exista vida inteligente no universo afora, porém a busca incessante por esta possibilidade tem deixado fãs e estudiosos do assunto bastante esperançosos. Tem sido comum descobertas de novos planetas fora de nossa galáxia (extra-solares), só em 2008, até o mês de Julho, foram 36. Porém foi no mais recente achado da Nasa que está depositada a grande esperança de todos. Esta chama-se Planeta "Vizinho", um grandalhão que está localizado na órbita de nossa estrela mais próxima, Alpha Centauri, que fica a 40 trilhões de quilômetros ou 4,3 anos-luz, distante de nosso planeta. O "primo" do Planeta Água tem como sol o Gliese 876, um corpo celeste que tem um terço da massa do nosso Sol. Além disso Ele também é rochoso feito a Terra em vez de gasoso como a maioria dos outros planetas.

Com esta nova descoberta, cresce a expectativa de que não estamos sozinhos no universo e que a prova disso está cada dia mais próxima. Espero estar vivo para poder presenciar tamanha evolução científica, acho até provável, já que a tecnologia tem avançado tanto nos últimos anos.

Éder Cysneiros

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Tudo o que Sobrou

Nunca esperei de você amor incondicional
Ou amor assim feito o meu
Enorme como a imensidão do céu
Por vezes egoísta
Mas sempre sincero

Nunca imaginei que tudo acabaria assim
Você com sua indiferença estridente
E eu com esta saudade insistente
Cheio de esperanças
Esperando pelo retorno incerto

Sempre quis que fosse eterno
Os momentos que passamos
As palavras que falamos
E tudo mais que cercou esta relação
Sonho meu!

Sempre aguardei o momento certo
Para te mostrar que tamanho sentimento
Não se encontra assim tão fácil
E que paixão que arde
Também é a mesma que se esvai

E agora, o que restou de nós?
De mim decepção e tristeza
De você descaso e frieza
Reflexo de uma disparidade
Sobras de um relacionamento desigual.

Éder Cysneiros

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Infinito Sentimento

A chuva pode não cair
Ou o dia não mais nascer
A primavera pode não chegar
Ou a flor não mais crescer

Minha vida pode parar
Meu sorriso entristecer
A solidão pode me matar
Mas jamais vou te esquecer

Meu amor vai continuar
Ainda que eu vá envelhecer
Minha fé pode acabar
Mas jamais vou te esquecer

O mundo pode não mais girar
E a lua desaparecer
O mar pode secar
Ou o frio estarrecer

A chama pode apagar
E a luz escurecer
A dor pode assombrar
Mas jamais vou te esquecer

Não me canso de falar
Faria tudo para não te perder
A saudade pode apertar
Mas jamais vou te esquecer.

Éder Cysneiros

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A dor da Saudade

Nada dói mais e incomoda tanto quanto a saudade. Seja saudade de uma amizade que acabou ou de um ente querido que morreu, ou até mesmo um lugar de infância que já não visitamos mais, ou ainda saudade daquelas lembranças de determinados momentos de nossas vidas que queríamos que voltassem atrás, doem todas elas. Mas nada dói mais do que a saudade de quem se gosta, esta sim, marcheta o peito.

A distância, na maioria das vezes, é a grande responsável por este sentimento infausto, porém é quando se acaba o amor de um dos dois que a dor é ainda maior. Para aquele que ama sozinho lhe resta uma enorme ausência e uma terrível saudade. Saudade do abraço, das palavras de carinho, do beijo, do sexo, dos conselhos, das saídas em casal, dos momentos de felicidade e os de tristeza também e, principalmente, saudade da presença. Os dias teimam em não passar, as horas parecem eternidade e a vontade de estar perto é incrivelmente forte. Não saber como ela ou ele está, se está bem, se continua com os mesmos costumes, se ainda pensa em você, se anda triste ou se já está com outro alguém, se sente falta de suas piadas ou do seu jeito de sorrir, todas essas dúvidas geram uma angústia imensa e é aí que a solidão maltrata. Aliás solidão e saudade andam de mãos dadas.

Algo de muito grave devemos ter feito para merecermos conviver com esta dor chamada SAUDADE.

Éder Cysneiros

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Morena

Vem morena
Vem rimar meus versos
Vem me trazer calma
Vem acalantar minha alma

Vem morena
Vem clarear meu horizonte
Vem escutar meu suspiro
Vem me curar dos delírios

Vem morena
Vem alimentar meu desejo
Vem me dar todo amor
Vem afugentar essa dor

Vem morena
Vem nortear meu caminho
Vem repousar nos meus braços
Vem reatar nosso laço

Vem morena
Vem me tirar do ostracismo
Vem deitar no meu peito
Vem que eu ainda te aceito

Vem morena
Vem gozar do prazer
Vem segurar minha mão
Vem acabar com a solidão.

Éder Cysneiros

Pequeno Coração

As grandes ondas do mar
Sempre me fazem lembrar
A força do sorriso teu

São lábios adormecidos
Que sempre que distraídos
Ganhavam um beijo meu

Os fortes ventos do verão
Sopram meu coração
E me trazem enorme saudade

Dos tempos em que tudo era bom
E mesmo quando faltava tom
Havia sempre felicidade

Os tristes dias de inverno
Me lembram o amor eterno
Que um dia você prometeu

Agora vivo a clamar
Por alguém que possa afagar
Este pequeno coração meu.

Éder Cysneiros

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Prece

Peço a Deus para esquecer
Daqueles que não me deram amor
Porque não quero mais conviver
Com todo esse rancor

Peço a Deus para me curar
Tirar de mim toda essa dor
Que até hoje só me fez chorar
Lançando em mim este amargor

Peço a Deus para me proteger
Dos demônios que há dentro de mim
Pois se não vou enlouquecer
Ou sofrer numa depressão sem fim

Peço a Deus que me ilumine
Para enfrentar todo esse mal
E não deixar que me domine
Ou que me lance num temporal

Peço a Deus que me encoraje
Para ser mais lutador
Ser mais forte, ser mais humano
E também mais vencedor

Peço a Deus que me revele
Qual caminho devo seguir
Ou que ao menos me remodele
Para que eu possa me corrigir

Peço a Deus misericórdia
Deste pobre coração
Que padeceu pela discórdia
E pela falta de direção

Peço a Deus perseverança
Para que eu possa continuar
Não me resta muita esperança
Mas tenho sonhos para realizar.

Éder Cysneiros

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A terceira

Que tal aquela cervejinha gelada com os amigos? Que tal curtir os seus amores todos os dias e noites? Digo mais que tal aquela estabilidade financeira? E trabalhar de segunda à sexta com direito a feriados, planos para o futuro, aquele "AP", aquele carrinho financiado ou não. Bem, esses são só alguns dos desejos de muitas pessoas no mundo todo.

Sim, mas o que fazer para eu ter isso tudo meu caro? Ah fácil! Primeiramente ser brasileiro (por incrível que pareça), preenchendo alguns requisitos, a segunda é se inscrever para a vaga selecionada e a terceira etapa, a terceira.... bem, a terceira é passar no concurso público. São de todo tipo, para quase todo nível, com várias remunerações e regalias. Mas a terceira pessoal, eu volto nessa bendita terceira porque é aí que " a vaca torce o rabo" e "a porca vai pro brejo", bem amigos, daí só com a porção "mágica" com ingredientes de maturidade, dedicação e insistência. Nada que ninguém não saiba mas às vezes é difiiiiiiiiicil na prática, nem imagina.

As duas primeiras perguntas que fiz no início do texto são um bom começo para não se fazer, isso pra quem quer fazer um desses concursos (rsrsrsrsrs!!). Agora com certeza será a consequência, para alguns que conseguirem a glória de ser aprovado num deles. Pra mim as primeiras perguntas vêm sendo realidade, e não consequência de nada, o que me torna atualmente em mais um desempregado (não vi graça dessa vez).

Beijos e abraços!

Bruno Justino do Nascimento