segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Abcesso

Ah! Menino de pés descalços.
Avante para mais um dia de caminhadas sem destino.
De pele empoeirada, de físico fransino.
De dia és moleque de noite não és ninguém.

Ah! Menino com uma ferida na mão.
Propala a esse povo que não te enxerga.
Propala a ferida de nossa cidade.
Grita bem alto que suas atitudes não são em vão.

Ah! Menino sempre sujo.
És o fruto da sociedade impiedosa.
Lembrado em atitudes violentas.
E mais ainda nas oratórias vaidosas.

Ah! Menino sem futuro.
Acalenta tua vida nesse mato verde.
Nesse pó branco, nessa cela fria.
Nesse caixão pobre, nessa nostalgia.

Oh! Povo "genuíno".
Sacrificamos nossas crias.
Formamos mártires do "mal".
Quando ele apenas queria ser um menino.

Bruno Justino do Nascimento

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