
Disseram-me que nem precisa saber atirar
Invadiram a Amazônia um garimpeiro foi quem viu
Os caras de Brasília já disseram mais de mil
E agora papai ver se me ver na televisão
Ao chegar na plataforma os exames foram feitos lá
Perguntaram-me a idade: - 15, vou completar
No meio do exame um capitão se intrometeu
E disse que na favela tinha soldado mais novo que eu
Mas não ligue não você vai servir a sua nação
Eu fui num barco "véio" em direção ao Pará
20 dias de viagem eu só fazia enjoar
Sem tirar a diarréia e a lobriga que só cresce
E o capitão dizendo que isso é coisa do nordeste
E agora Brasil ver se me ver na televisão
Ao chegar no Pará eu vi a "prantação"
Num sobrou nenhum pezinho me lembrou o rei do baião
Tinha alemão, francês, americano até E.T.
Tinha um monte de gringo nessa "tar" de ONG
E agora eu mais uns caboclos com uma pexeira na mão
Pow, pow, pow, pow... Era os brazucas correndo e os galego atirando
Era um fingindo de morto e o restante rezando
Pow, pow, pow, pow... Era bazuca, raio-laser, e o canhão atirando
Era os caboclo correndo e os gringo chamando
O susto foi tão grande que cair no chão
Pesadelo igual a esse eu nunca tive não
Ao chegar no café o meu pai logo olhou
E eu disse para ele: - Papai quero ser doutor!!!
Bruno Justino do Nascimento
Um comentário:
Este é um povo sonhador, este é o povo Brasileiro que vive de uma eterna esperança!!!
Muito bom Bruno, Parabéééns!!!
:)
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