
Eu adoro essa coisa que envolva Céu e Inferno, Morte, por mais mórbido que pareça eu acho muito interessante como as pessoas trabalham sua fé, sua imaginação, e por isso mesmo, ando lendo os famosos livros de Dante Alighieri , intitulados de Divina Comédia, essa estória é dividida em três fases: Inferno, Purgatório e Paraíso. No momento terminei a fase diabólica, mostrando claramente em seus versos a idéia teocentrista daquela época (Séculos XIII e XIV).
Dante narra sua própria história começando no inferno. Nesse trajeto tão “agradável”, ele é guiado por um mestre de nome Virgílio, um sábio poeta medieval em que o próprio Dante admirava, lá ele encontra muitos inimigos e amigos seu, personalidades mitológicas, feras, demônios e personalidades políticas de sua época e do passado.
Para Dante, o inferno seria dividido por pecados e administrados por diversas bestas, quanto maior o pecado mais pra baixo ele iria:
Começando pelos Sem Batismo (limbo), Luxuriosos, Gulosos, Pródigos, Rancorosos, Heréticos, Tiranos, Assaltantes, Suicidas, Blasfêmios, Usurários, Rufiões, Advinhos, Traficantes, Hipócritas, Ladrões, Maus Conselheiros, Falsários e Traidores. Aff! Para ele era bem difícil não escapar das garras do capeta, penso eu que meu lugarzinho já estaria reservado, e com certeza deveria ficar ali pela cobertura do submundo (espero eu). Mas é muito interessante e inteligente como se mostra em versos a narrativa pelos mundos do além, quando eu tiver mais tempo e saco, já que os versos são muito trabalhosos e de difícil compreensão, irei ler o Purgatório pra ver se esfria um pouco esse clima tão quente e hostil.
Nus corriam no fundo os pecadores,
Vindo, os de cá do meio, nos faceando,
Conosco, os outros, a passos maiores;
Como os romanos que o acrescido bando,
Do ano do jubileu, naquela ponte,
Acharam modo de ir bem escoando:
Assim de um lado todos têm a fronte
Para o castelo, e São Pedro é sua meta,
E na outra banda todos vão para o Monte.
De cá pra lá corriam na fraga preta
Diabos chifrudos com relhos grosseiros
Que os iam surrando com fereza abjeta.
Ai, como lhes faziam, desde os primeiros
Golpes, alçar os pés! E já ninguém
Esperava os segundos e os terceiros.
(VERSOS 25-37, CANTO XVIII, A Divina Comédia – Inferno, ALIGHIERI, DANTE)
Bruno Justino do Nascimento